REFLEXÃO

sexta-feira, 28 de maio de 2010

CINCO PASSOS PARA A QUEDA

CINCO PASSOS PARA A QUEDA
Gn.3.1 a 7 – 2.17
*Pr. Adair Afonso Tourinho
INTRODUÇÃO
No ponto de vista bíblica o homem desceu cinco degraus para o abismo que se chama pecado.
CAIR = Ir ao chão, ser lançado para baixo, sucumbir, decair, ser enganado.
I – PRIMEIRO PASSO - OLHOU – v.6 - “Vendo” a mulher que aquela árvore era boa para se comer = OLHAR – Fitar os olhos em...
1. Foi fisgada pelo olhar
2. Davi viu – II Sm.11.2
3. Acã viu – Js.7.21
4. Muitos estão vendo
5. É concupiscência da carne – I Jo.2.16a
REMÉDIO
1 – Colírio do céu – Ap.3.18b
2 – Olhar para Deus – Is.45.22
3 – Olhar para Jesus – Hb.12.2
II-SEGUNDO PASSO – SE AGRADOU
v.6 - ...é agradável aos olhos = AGRADÁVEL – que agrada
1 – Foi atraída pela aparência
2 – Sansão caiu nessa – Jz.16.4
3 – Davi também foi alvo – II Sm.11.2
4 – Muitos estão se agradando do que Deus se abomina.
5 – Concupiscência da carne – I Jo.2.16
REMÉDIO
1 – Não atentes para a aparência – I Sm.16.17 2 – Não julgues segundo a aparência – Jo.7.24
3 – Cristo não tinha aparência – Is.53.2
III – TERCEIRO PASSO – DESEJOU
V. 6 -...é arvore “desejável” – cedendo a tentação
Desejável – Que é digno de se desejar
Desejar – Ter Vontade de...
Vontade – Desejo
Desejo – Vontade de possuir
1 – Foi atraída pelo desejo de possuir
2 – Acã – alvo do desejo de possuir – Js.7.21
3 – Davi também foi levado a isso – II Sm.11.2
4 – Muitos estão com vontade de possuir o que lhe é proibido
REMÉDIO
1 – É a soberba da vida – I Jo.2.16b
2 – Fugir dos desejos – II Tm.2.22
3 – O desejo do justo tendem somente para o bem – Pv.11.23
4 – Fazer morrer a natureza terrena e o desejo maligno–Cl.3.5
IV – QUARTO PASSO – TOMOU
V. 6 - ...tomou do seu fruto - TOMAR – apoderar-se de..., tirar de...
1 – Não resistiu, e tomou posse
2 – Geazi tomou do que não devia – II Rs.5.23
3 – Acã tomou dos despojos – Js.5.21
4 – Muitos estão com vontade de possuir o que lhe é proibido
5 – É o erro de Balaão – Jd.11
REMÉDIO
1 – Tomar sobre si o jugo de Jesus – Mt.11.29
2 – Tomar cada um a sua cruz – Mt.16.24
3 – Se apoderar do reino dos céus – Mt.11.12
V – QUINTO PASSO – COMEU
V..6 - ...comeu e deu também ao seu marido, e ele comeu com ela. – COMER – tomar por alimento
1 – Consumou o fato
2 – Davi consumou o fato – II Sm.11.4
3 – Geazi conseguiu seu intento – II Rs.5.24
4 – Nos dias de hoje, quantos já praticaram o máximo.
5 – É um abismo, chamando outro abismo – Sl.42.7a
REMÉDIO
1 – Resistir o diabo – Tg.4.7
2 – Crucificar a carne com suas paixões – Gl.5.24
3 – Andar em espírito – Gl.5.16

VI – AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA – A MORTE- cap.3 – v.17b
MORREU – (cessar de viver) física e espiritualmente
1 – É o salário do pecado – 6.23
2 – É estar morto, com o nome de vivo – Ap.3.1b
3 – É estar separado de DEUS – Is.59.2
4 – É saber que DEUS não poupa – II Pe.2.4-22.
5 – É saber que tem de enfrentar o juízo de DEUS – Ec.12.14
REMÉDIO
1 – Lembrar-se de onde caiu – Ap.2.5
2 – Confessar – I Jo.1.9 – Pv.28.13
3 – Abandonar o mau caminho – Is.55.7
4 – Crer no perdão divino – Is.1.18

CONCLUSÃO
“Ainda que caia não ficará prostrado” – Sl.37.24
“Tornai a levantar as mãos fracas e os joelhos desconjuntados” – Hb.12.12-13
“Aos turbados de coração – esforçai-vos e não temais” – Is.35.3-4

*Pr. Adair Afonso Tourinho - Técnico Em Contabilidade Bacharel Em Teologia Mestre em Ciência da Religião - Ministro Evangélico – Pastor Presidente da Igreja Assembléia de Deus - (Ministério Catarinense) Professor de diversas Matérias Teológicas Palestrante em Seminários para Família (Adolescentes, Jovens E Casais), Liderança e Escola Bíblica de Obreiros. Pregador Em Congressos de Círculo de Oração, Missões e Jovens. Acadêmico de Jornalismo (Em Conclusão)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu sei, mas não devia

Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(1972) - Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão.
O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09 – Disponível no blog: http://ovelhasemfoco.blogspot.com/.